Por todo o país, são vários relatos de exaustão dos profissionais, condições de trabalho precárias e falta de equipamentos para prestar os cuidados adequados. O SNS está em rutura e em estado de alerta permanente. A esta emergência o governo responde com pensos rápidos e medidas temporárias. No entanto, os problemas do SNS não são temporários e precisam de respostas estruturais que não deixem tudo na mesma.
O Ministério da Saúde enviou resposta às 4 questões relativas ao futuro da saúde pública na região Oeste colocadas pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, nomeadamente a construção do novo Hospital do Oeste, entre outros assuntos.
Urge pressionar o poder central, denunciar esta situação insustentável e exigir respeito com firmeza. Se arrastamos esta situação no CHO outros 4 anos e, para além disso, o novo hospital não tiver o seu financiamento sequer previsto, esta responsabilidade terá responsáveis e nós cá estaremos.
Na proposta de Orçamento de Estado para 2025, está inscrita a intenção de construir o Hospital do Oeste, mas não passa de uma intenção, porque a desilusão vem logo a seguir quando se sabe que não há verba inscrita para o início da construção, não há anúncio de localização e pasme-se, vai ser feito um novo estudo em 2025.
Não podemos continuar a tolerar que interesses difusos se sobreponham à saúde pública de uma região de 300 mil utentes, deixada ao abandono por décadas.
A proposta do Bloco de Esquerda, para além da concretização, o mais rapidamente possível, da construção do novo hospital no Bombarral e de ser assegurado um sistema de transportes eficaz; pretende também que o Governo Invista nas três unidades hospitalares existentes – Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras – de forma a melhorar as suas condições atuais e adaptá-las no futuro a serviços de saúde em proximidade.
A localização do novo Hospital do Oeste foi anunciada pelo Ministro da Saúde na passada terça-feira, dia 27, em reunião com a Comunidade Intermunicipal do Oeste. O Bombarral foi a localização escolhida e era também uma das apresentadas no estudo da OesteCIM.
De acordo com o CHO, todos os novos casos da área de abrangência deste Centro Hospitalar são deslocados para Leiria, o que significa um trajeto de mais de 100 quilómetros e mais de 1 hora de viagem.
A construção de um Hospital do Oeste, seria, sem dúvida, uma solução para as enormes carências na saúde da região Oeste, onde faltam valências, equipamentos, condições físicas, médicos e outros profissionais.
A Câmara Municipal não pode descartar as suas responsabilidades naquilo que tem a capacidade de fazer, seja por apoio ao SNS no terreno, seja por uma constante e forte pressão ao Governo para a defesa dos cuidados de saúde em Torres Vedras ou ainda pela criação de incentivos municipais à fixação de profissionais, que sempre recusou.
Desde a criação do Centro Hospitalar do Oeste, que se verificou ser uma solução pouco eficaz. A existência de três Centros com 50 quilómetros entre eles, prejudica a articulação entre equipas, inibe uma boa otimização de recursos e a complementaridade clínica, para além de ter levado a uma deslocalização de certos serviços, com os prejuízos óbvios para os utentes.