Em relação à resposta dada pelo Gabinete do Ministro das Infraestruturas e da Habitação, às questões colocadas pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, sobre localização da subestação de tração em Runa, destacam-se dois aspetos:
a) em primeiro lugar remete para a resposta já dada anteriormente ao grupo parlamentar do PCP, reiterando assim tudo o que foi dito no passado. Entre outros argumentos afirma-se que se acautelou o menor nível de impactes, o afastamento da povoação, a zona de cheia e que foram estudadas outras localizações. Ora qualquer um destes quatro argumentos é muito duvidoso, para não dizer outra coisa, dado que é hoje largamente sabido que não foram estudadas alternativas, como o próprio estudo diz; que os impactes não podiam ser maiores a vários níveis; que se encontra muito perto de povoações e, por fim, sabemos também que o mapa indicativo de zona de cheia no estudo da obra, não contempla a zona de Runa nem a norte de Runa, apenas a zona a sul junto a Torres Vedras. Os restantes argumentos apresentados, não justificam que não possa feita noutro sítio qualquer. Estamos aqui num jogo de fuga para afrente, tentando justificar uma decisão inicial errada e que agora se tenta a todo o custo vender como inevitável, com uma argumentação muito fraca, pois basta conhecer o processo e os relatórios da obra.
b) Em segundo lugar é referida uma famosa reunião em Torres Vedras, com a IP, onde se tentou ludibriar a população com um simulacro de audição ao povo de Runa e com uma miraculosa alternativa, que não é mais que desviar 20 metros para o lado, ainda mais em cima de Penedo. Fala de um comunicado à imprensa, que se julga ser o tal anúncio de ser estudada uma localização B.
Tudo isto já se sabia. A estratégia é conhecida, trata-se de ir protelando no tempo, para desgastar e pressionar os runenses, com a conivência da autarquia, que necessita desse silêncio, numa altura de eleições, para que ninguém se recorde do que deveria ter feito e de nunca ter discutido com a população a localização da subestação. Nem o tal estudo da alternativa B se conhece, o que sugere que se tratou de uma manobra, como já tínhamos denunciado anteriormente.
Se tivermos em conta o calendário de todos os acontecimentos, que se verificaram nesta situação, já passou tempo mais que suficiente desde que Runa pediu alternativa ao local, para ter sido estudada uma melhor localização, assim houvesse vontade.