Diana Feliciano, investigadora na Universidade de Aberdeen, Escocia, recebe financiamento da prestigiada fundacao para as ciencias ambientais do Reino Unido NERC – Natural Environment Research Council. O projecto comecara em Agosto de 2015 e destina-se a perceber que tipo de informacao necessitam os agricultores para implementar praticas mais “amigas do ambiente”, em varias partes do mundo. O objetivo e’ contribuir para a sustentabilidade do sistema agro-alimentar de modo a que as geracoes futuras continuem a ter acesso a bens alimentares de qualidade e a precos acessiveis. O projecto sera desenvolvido em parceria com varias multinacionais do ramo agro-alimentar. Estima-se que num futuro proximo a populacao do planeta atinja os 9 bilioes de pessoas, mais dois bilioes do que hoje em dia. Sera necessario produzir mais carne e mais peixe porque algumas regioes em expansao populacional, e que antes eram tradicionalmente vegetarianas, comecaram a integrar muito mais estes produtos nas suas dietas.
Se e’ verdade que existam regioes que produzem bens alimentares abaixo do seu potencial produtivo, existem outras regioes onde a pressao sobre os recursos ambientais e’ notavel. Dois exemplos destes opostos sao a regiao de Torres Vedras, com bolsas de terras em varias localidades que nao sao cultivadas por que nao dao lucro ou por falta de mao-de-obra (e.g. Cambelas), e a regiao do Mato Grosso no Brasil, onde producao de gado e de soja para alimentar o mesmo contribuem para a desflorestacao da floresta Amazonica, essencial para a regulacao clima no planeta.
A producao de bens alimentares pode tambem afetar negativamente a qualidade da agua que bebemos ou a vida animal dos rios devido ‘a aplicacao de adubos em excesso. Estes contribuem ao mesmo tempo para as emissoes de gases que causam as alteracoes climaticas. A mecanizacao excessiva na agricultura pode causar compactacao e degradacao dos solos, afetando a sua fertilidade.
Soma-se a estes impactos negativos as consequencias das secas, inundacoes, fogos florestais, havendo ja populacoes a experenciar estes acontecimentos, por exemplo nos paises Africanos do Sahel de onde saiem milhares de emigrantes rumo ‘a Europa. Algumas multinacionais do setor agro-alimentar ja perceberam que para assegurar um continuo abastecimento de alimentos, tem de garantir que a producao dos mesmos nao destrua o capital de natural (solos, agua, ar, floresta) do qual esta producao e’ extremamente dependente, e aliam-se assim a este projeto de forma a contribuir para a implementacao de praticas agricolas sustentaveis a nivel mundial.