Nesta abertura do ano letivo a líder do Bloco de Esquerda e deputada por Lisboa, Mariana Mortágua visitou a escola São Gonçalo em Torres Vedras sexta feira dia 13 de setembro, contatando com a realidade do Agrupamentos e os projetos que desenvolve, bem como os problemas que se sentem neste primeiro dia de aulas.
Visitou projetos escolares na área da inclusão e da inteligência artificial, falou com docentes e assistentes operacionais e constatou que este ano o Agrupamento baniu a utilização de telemóveis após uma análise do tema e posterior decisão dos órgãos escolares, para uma melhoria da socialização e desenvolvimento pessoal dos alunos.
Em relação aos números de falta de professores, Mariana Mortágua acusou o PSD e o PS de estarem há anos “a enredar as escolas numa discussão medíocre sobre quem é que é o responsável por haver menos professores nas escolas no início do ano letivo”, impedindo a discussão de “outras questões essenciais sobre a qualidade do ensino, sobre ter uma boa escola, sobre adaptação às novas tecnologias, sobre o bem-estar dos alunos, sobre todas as questões que no fundo interessam quando nós queremos ter um sistema educativo com qualidade”.
Para resolver o problema da falta de professores, a resposta passa por criar uma carreira atrativa para criar condições aos profissionais nas escolas, mas também apoiar todos os que têm de se deslocar, mas “que não se criem injustiças” e possam ser apoios eficazes. Mas também “profissionalizar muitos professores que foram chamados para garantir aulas e estão a garantir a escola, mas que não têm a sua profissionalização em exercício, ou seja, na sala de aula, não têm as habilitações que tem o professor de carreira”, e em terceiro lugar “integrar todos os precários que não estão no quadro e que devem estar no quadro”.
Mariana Mortágua alertou também que “a escola não é feita só de professores: há auxiliares que ganham o salário mínimo nacional há 10, 20, 30, 40 anos. Muitos deles, sem quaisquer condições de trabalho, não têm uma carreira, e são eles que garantem a escola”. E manifestou-se solidária com a “greve justa” que estes profissionais convocaram para reclamar uma carreira e salários dignos.
O diretor da escola professor Fernando Santos referiu que um dos problemas mais sentidos é a dificuldade em dar resposta à procura crescente de alunos, ficando muitos de fora, nomeadamente no pré-escolar onde, “conseguiríamos abrir mais 5, 6, 7 salas de jardins de infância para as crianças que procuram vaga no ensino público”.
O Agrupamento de São Gonçalo tem 21 estabelecimentos, com cerca de 3500 alunos, 310 professores e 190 assistentes, com grande dispersão geográfica que se estende de uma ponta à outra do concelho.
Este aumento de alunos deve-se em grande medida à imigração, o que levanta a necessidade de mediadores, professores de Língua Portuguesa Não Materna e outros recursos, tendo o Agrupamento iniciado a implementação de um Projeto de acolhimento a alunos migrantes, com o objetivo de incluir não deixar ninguém para trás.
A visita foi acompanhada pelos membros da concelhia do Bloco de Esquerda de Torres Vedras, que também contataram com mais este contexto escolar para preparar o desenvolvimento de políticas educativas no concelho, tendo agradecido a disponibilidade do Diretor e docentes para receberem esta delegação de parlamentares do Bloco.