O Bloco de Esquerda de Torres Vedras está solidário com a situação difícil vivida pelos 60 trabalhadores da empresa Queijo Saloio, que fechou por insolvência.
É com enorme preocupação que o Bloco vê o encerramento de uma empresa do concelho e o futuro destas dezenas de famílias torrienses, numa situação de indefinição.
Após encontro com funcionários e sindicato, o Bloco organizou um conjunto de questões, que fazem parte de uma pergunta entregue ao Governo pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda
Com efeito, a fábrica Queijo Saloio, em Torres Vedras, detida pelo grupo Queijos Santiago e com 60 trabalhadores, entrou em processo de insolvência e já encerrou as instalações.
Aos atuais 60 trabalhadores foi dada a opção de irem para outra fábrica do grupo na Venda do Pinheiro,no concelho de Mafra, também distrito de Lisboa, a mais de 30 quilómetros de distância. Acresce que a maioria destes trabalhadores auferem o salário mínimo nacional.
A empresa comprometeu-se a fornecer transporte aos trabalhadores, no entanto, esta não é uma medida vinculativa, pois não está inscrita nos contratos de trabalho e poderá ser revogada a qualquer momento.
A fábrica e a marca Queijo Saloioforam compradas há cinco anos pelo grupo Queijos Santiago. Em apenas cinco anos de nova gestão, a fábrica contraiu dívidas que se situam entre os 20 e os 25 milhões de euros, tendo a Caixa Geral de Depósitos pedido, em março, a insolvência da fábrica.
O Bloco sabe que a fábrica fez pressão junto das instituições, para que os seus trabalhadores fossem considerados trabalhadores essenciais durante o estado de emergência e continuassem a laborar. Para isso, os filhos dos trabalhadores foram acolhidos pela Câmara Municipal de Torres Vedras, no confinamento, nos espaços escolares para o efeito, cujo acompanhamento no ensino online e familiar foi prejudicado. Todos os trabalhadores e trabalhadoras que se recusassem a regressar ao trabalho para prestar assistência aos filhos, foram impelidos a comparecer pela administração, pondo em causa o futuro dos seus postos de trabalho.
Iniciado o processo de insolvência, nunca foi equacionada nenhuma outra opção que não o encerramento, tendo a Comissão de Economia da Assembleia Municipal de Torres Vedras tomado conhecimento do mesmo em junho deste ano.
Com o encerramento e deslocalização dos postos de trabalho para outra unidade como única opção para os trabalhadores, muitos acabaram por se despedir, renunciando a qualquer direito que tivessem.
É também importante referir que a empresa Queijos Santiago, tem usufruído de vários apoios públicos e financiamentos europeus, no âmbito de diversos projetos, com objetivo de “dinamizar os territórios rurais” nomeadamente:
O Bloco de Esquerda de Torres Vedras considera lamentável toda esta situação, após o esforço dos trabalhadores, a maioria com salários mínimos, que durante a pandemia sacrificaram a família para garantir o funcionamento da empresa e que agora estão nesta situação difícil.
Por tudo isto o Bloco de Esquerda, através do seu Grupo Parlamentar, questiona o Governo, através Ministra do Trabalho e Segurança Social sobre diversos pontos, de entre os quais se destacam:
Acompanha aqui o estado da pergunta: https://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalhePerguntaR...