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Bloco de Esquerda insurge-se contra a transferência dos serviços dos CTT de A dos Cunhados para a Junta de Freguesia

O Bloco de Esquerda insurgiu-se no passado mês de setembro contra o encerramento da loja dos CTT de A dos Cunhados, solidarizando-se com o movimento de populares que surgiu e lutou contra o fim de mais este serviço público de proximidade.

Na altura, foi noticiado na imprensa local que o Presidente da União das Freguesias de A dos Cunhados e Maceira, a par com o executivo camarário, teriam há já vários meses conhecimento da intenção dos CTTs de encerrarem esta loja.

Mais tarde, surgiu a informação pelo próprio Presidente da Junta de Freguesia que estariam a decorrer negociações, que o comércio não estaria interessado - embora tivesse sido consultado - em assumir estes serviços por notar a revolta da população e que, eventualmente, seria a Junta de Freguesia a assumi-los como forma de garantir a permanência dos serviços postais junto da população da freguesia.

Lamentamos que o encerramento se tenha consumado, evidenciando as responsabilidades dos partidos PSD e CDS, quando foram governo entre 2011 e 2015, na entrega desta empresa lucrativa a privados, como lamentamos que o Governo PS não tenha revertido essa situação, ignorando a deterioração crescente dos serviços postais a nível nacional, com múltiplos postos e agências a fecharem um pouco por todo o país.

Salientamos que em muitos casos, os serviços ao passarem para as Juntas de Freguesia, ficam diminuídos na sua diversidade, sendo garantido apenas o serviço postal e ficando de fora, os serviços financeiros antes prestados pelas lojas CTT, sendo este o grande problema em A-Dos-Cunhados.

Para o Bloco de Esquerda a estratégia dos CTT é clara: maximização dos lucros por via da transferência de despesas para o Estado.

Inúmeras juntas de freguesia acabam por ficar com estes serviços para garantir que as suas populações possam continuar a usufruir deles, assumindo custos com instalações, água, eletricidade e recebendo dos CTT apenas um valor quase simbólico, mensal, que dará para a contratação de um funcionário a valores que rondarão o salário mínimo nacional.

Os CTT descem drasticamente os custos de operação, mantendo os preços dos seus serviços para os clientes finais, maximizando os lucros que, neste negócio com o Estado, irão parar ao bolso de "meia dúzia".

Mais uma vez, o Estado (todos nós) a dar milhões a ganhar a privados, ficando com piores serviços e assumindo custos sem retorno financeiro.

O Bloco de Esquerda não esquece a responsabilidade da direita na alienação desta empresa com conivência do PS, que sendo Governo, poderia revertê-la como fez com o Metropolitano de Lisboa e com a TAP e exorta a população a também não esquecer, quando for às urnas.